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Ovo está em falta: item é o único da cesta básica que ficou mais caro em todas as capitais

by Caren Diniz

Um novo levantamento sobre cesta básica, feito pela empresa de inteligência Horus em parceria com o Instituto Brasileiro de Economia (IBRE/FGV), mostra que o único item que aumentou de preço em todas as capitais pesquisadas foi o ovo. Na média, a dúzia de ovos brancos passou de R$ 10,49 em janeiro, para R$ 11,43 em fevereiro. Ainda assim, o produto já está em falta em alguns mercados.

A maior inflação foi registrada em Fortaleza (CE), onde o preço subiu 4,7%. Em seguida, aparecem São Paulo (SP), com 4,1%, Belo Horizonte (MG), com 3,0%, e Brasília (DF), com 2,9%. Rio de Janeiro (RJ), Curitiba (PR), Salvador (BA) e Manaus (AM) fecham a lista com menos de 2% de aumento.

Dados da Neogrid, empresa de software para gestão de suprimentos, mostram ainda que está faltando ovo nas prateleiras do supermercado. O chamado índice de ruptura — medido com base nas vezes em que um item faltou no estoque — chegou a 16% em fevereiro, contra 14,5% em janeiro. A taxa média do ano passado foi de 13,9%.

Alto custo de produção

Segundo Luiza Zacharias, diretora de novos negócios da Horus, a alta no preço do ovo reflete o aumento no custo de produção e de alimentação das aves, sobretudo o milho e o farelo de soja.

— No acumulado de 12 meses, a inflação do ovo já chega a quase 20%. Em parte, por conta do preço das commodities, que ficaram mais caras na pandemia e com a Guerra na Ucrânia. A base da alimentação dos animais encareceu bastante — explicou.

Outro ponto é que a inflação dos alimentos pressionou o preço da carne, do frango e de outras proteínas no ano passado. Então, o ovo acabou sendo o principal substituto, especialmente para famílias de baixa renda.

Efeito Páscoa

Mas parte do aumento também é sazonal. Juliana Ferraz, analista do mercado de ovos do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/USP), diz ser comum o aumento no consumo de ovos na Quaresma.

— A procura por ovos cresce. Somado a isso, tem uma menor oferta de ovos no mercado brasileiro. O custo de produção subiu muito nos últimos anos, então os produtores reduziram a oferta — comentou.Em relação ao aumento no índice de ruptura, Zacharias, da Harus, também pontua que a inflação pode ter estimulado um movimento de queda na produção, com o setor agropecuário diminuindo a atividade.

O patamar elevado do preço deve se manter até o final da quaresma, explicou Ferraz. No início de abril, pode arrefecer pela diminuição na demanda, mas ainda com repasses do alto custo de produção.

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