O policial civil acusado de vender armas de fogo de forma ilegal em um clube de tiros em Caruaru, no Agreste de Pernambuco, considerado o maior do Brasil, teve a demissão pedida pela Corregedoria-geral da Secretaria de Defesa Social (SDS).
A solicitação foi feita porque o agente licenciado Diego de Almeida Soares tem empresas privadas em seu nome e participava da administração do CTA Clube de Tiro e da loja Shop do Atirador. Segundo a corregedoria, isso fere o estatuto dos policiais civis.
Presidente da Associação dos Policiais Civis de Pernambuco, Diego ficou conhecido por ser alvo de uma operação da Polícia Federal (PF). Ele também é réu em processos que envolvem falsidade ideológica e uso de documento falso.
O pedido de demissão de Diego Almeida Soares foi publicado no Boletim-Geral da Secretaria da SDS, na terça (21). Segundo a pasta, a decisão final sobre a demissão será da governadora Raquel Lyra (PSDB), como determinam as leis estaduais.
No texto do boletim, a secretária estadual de Defesa Social, Carla Patrícia Barros da Cunha, diz que foram acatadas a sugestão da 5ª Comissão Permanente de Disciplina Polícia Civil, o parecer da corregedora auxiliar civil, o parecer técnico da assessoria da Corregedoria Geral e o despacho homologatório da Corregedora Geral da SDS. Todos esses documentos apontam para a pena de demissão.
O chefe da assessoria da Corregedoria-geral da SDS, Graham Bentzen, explicou que é preciso analisar o caso de Diego nos âmbitos criminal e administrativo.
Segundo ele, o pedido de demissão entra na questão administrativa da SDS e foi feito por causa das atividades dele no clube de tiros, o CTA.
“É uma empresa privada e Diego exercia funções administrativas. Também trabalhava com comércio. São questões proibidas. Ele só poderia ser cotista da empresa”, afirmou.
Bentzen disse, ainda, que a investigação sobre o clube de tiro feita pela PF também permitiu a abertura de outro processo administrativo em Pernambuco.
“A questão criminal, nesse caso, é com a Polícia Federal. Caso ele também seja punido administrativamente nesse caso da investigação da PF, será mais uma na ficha dele”, observou.
O chefe da assessoria da Corregedoria-geral da SDS afirmou, ainda, que não existe um prazo definido para a governadora tomar a decisão final.
“A procuradoria-Geral do Estado vai analisar o caso e depois o documento seguirá para o governo. Caso ele seja demitido, perderá todas as prerrogativas de policial, salário, armas e equipamentos”, acrescentou.