Ana Leopoldina Santos, mais conhecida como Ana das Carrancas, foi escultora, ceramista e detentora de uma das mais destacadas trajetórias artísticas do sertão pernambucano. Em 2023, ano do centenário da “Dama do Barro”, a Prefeitura de Petrolina faz uma série de homenagens à artesã sertaneja. O início da celebração dos 100 anos ocorreu, nesse sábado (18), na abertura oficial do Carnaval da cidade, que também é a data de aniversário de Ana das Carrancas.
Toda a decoração nos polos oficiais da festa tem como referência o trabalho da artesã. Palco, peças decorativas entre outras estruturas tem como elementos figurativos as marcantes carrancas dos olhos vazados. A noite de abertura, ainda contou com uma solenidade, na qual o prefeito Simão Durando fez a entrega do selo oficial do centenário de Ana das Carrancas para familiares da consagrada escultora.
Patrimônio imaterial de Pernambuco, Ana das Carrancas nasceu em Ouricuri, mas fincou suas raízes e sua arte no solo petrolinense. Ao longo de mais de 50 anos de produção, a artesã tornou suas carrancas elaboradas com o barro extraído das margens do Rio São Francisco um dos maiores símbolos do artesanato do sertanejo.
Para a filha e discípula fiel de Ana,Maria da Cruz, as homenagens fazem um reconhecimento necessário para manter vivas a memória e a arte da “Dama do Barro”. “Como família, posso afirmar que não tem coisa mais importante do que essa valorização que Petrolina, o prefeito Simão, está dando nesse centenário. Ela foi uma mulher que fez história que marcou seu tempo e o que ela veio fazer, fez bem feito. Hoje, como filha, me vejo dando continuidade a esse trabalho, sendo discípula dela. Ela me ensinou a amar a arte do barro e quando me perguntam quem sou, sempre respondo: sou Maria de Ana, filha de Ana das Carrancas”, declarou.
Ana Leopoldina Santos nasceu em 1923, no povoado de Santa Filomena, na época pertencente ao distrito de Ouricuri. Ana das Carrancas aprendeu a moldar o barro ainda na infância, auxiliando a mãe na fabricação de louças para complementar a renda familiar. Mudou-se para Petrolina na década de 1950, onde se tornou a Dama do Barro. A artista faleceu em 2008.