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APÓS MORTES E PRISÕES DE PMS, COMANDANTE DO BOPE É SUBSTITUÍDO EM PERNAMBUCO

by redacao

A Polícia Militar de Pernambuco anunciou, na noite desta quarta-feira (22), a troca do comando do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE). A decisão foi tomada dois dias após PMs da unidade especializada invadirem uma casa e mantarem dois homens na comunidade do Detran, no bairro da Iputinga, Zona oeste do Recife.

O tenente-coronel Wanbergson correia Melo será substituído interinamente pelo major José Rogério Diniz Tomaz, a partir desta quinta-feira (23). Em nota, a Polícia Militar informou que a mudança ocorre “em decorrência dos acontecimentos na Iputinga na última segunda-feira (20), e com o intuito de assegurar total lisura e transparência nas investigações em andamento”.

Nesta quarta-feira, a Justiça decretou a prisão preventiva de seis dos nove policiais militares envolvidos na ação que resultou nas mortes de dois homens na segunda-feira.

A audiência de custódia, que converteu as prisões em flagrante em preventivas, foi realizada no Fórum Desembargador Rodolfo Aureliano, na Joana Bezerra, área central do Recife. O juiz plantonista acolheu a manifestação do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), que solicitou a manutenção das prisões de seis policiais filmados entrando na residência antes dos tiros serem disparados contra as vítimas.

Em nota oficial, a assessoria do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) declarou que os policiais militares Carlos Alberto de Amorim Júnior, Ítalo José de Lucena Souza, Josias Andrade Silva Júnior, Brunno Matteus Berto Lacerda, Rafael de Alencar Sampaio e Lucas de Almeida Freire Albuquerque Oliveira tiveram as prisões preventivas decretadas porque há indícios de autoria e materialidade do crime ao qual estão sendo acusados e também como garantia da ordem pública.

Eles seguiram para o Centro de Reeducação da Polícia Militar de Pernambuco (Creed), em Abreu e Lima.

LIBERDADE, MAS COM RESTRIÇÕES

Já os PMs Jonathan de Souza e Silva, Carlos Fonseca Avelino de Albuquerque e Valdecio Francisco da Silva Júnior receberam liberdade provisória, a pedido do MPPE, que entendeu que eles não estavam na casa no momento dos tiros.

Mas esses policiais terão que cumprir três medidas cautelares: comparecimento ao juíza mensalmente para informar e justificar suas atividades; proibição de acesso ou frequência ao local onde ocorreu o fato e suas proximidades; suspensão de suas atribuições, devendo suas atividades se restringirem à área interna dos seus batalhões e sem uso de arma de fogo.

CÂMERA FILMOU AÇÃO

Imagens mostraram o momento em que os policiais chegaram e arrombaram a porta da casa onde estavam as vítimas. Mulheres e crianças foram tiradas do local e, depois, houve os disparos de tiros. Momentos depois, os militares saíram da residência com os corpos.

Participaram da ação dois sargentos, dois cabos e cinco soldados.

As vítimas foram identificadas como Bruno Henrique Vicente da Silva, de 28 anos, e Rhaldney Fernandes da Silva Caluete, 32. Nenhum PM se feriu na operação.

Logo após as mortes, os militares do Bope se apresentaram na sede do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), no bairro do Cordeiro, e relataram que os homens foram mortos porque reagiram à abordagem.

Os PMs disseram que, na ação, foram apreendidos 527 gramas e mais 28 pequenas porções de maconha, 150 pedras de crack, uma balança de precisão, dois revólveres calibre 38 e 12 munições – sendo nove deflagradas.

Eles chegaram a ser liberados após os depoimentos no DHPP. Mas, após análise das imagens da câmera de segurança, a Delegacia de Polícia Judiciária Militar identificou que a versão dos militares não se sustentava e determinou que os PMs fossem autuados em flagrante pelo crime militar de violação de domicílio.

 

Por: jc

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