O Comitê para a Liberdade dos Presos Políticos da Venezuela (CLIPPVE) denunciou a prisão arbitrária e o desaparecimento forçado de quatro membros da família Guillén, no estado de Carabobo, norte do país.
Entre as vítimas está a pequena Nicole de Los Angeles Palermo, de apenas 2 anos, levada junto com a mãe, Chantal Niulany Guillén, de 21 anos, sem qualquer mandado judicial.
Segundo o CLIPPVE, tudo começou em 4 de setembro, quando a Polícia Nacional Bolivariana (PNB) invadiu uma casa em Paso Real e prendeu Miriam Fernández Ruiz, de 72 anos, e seu neto Miguel Ángel Guillén Ibarra, de 17.
No dia seguinte, Miguel foi obrigado a ligar para a irmã Chantal, que compareceu à sede da PNB em La Esmeralda com a filha no colo. Ambas também foram presas, sem justificativa oficial.
Desde então, não há qualquer informação sobre o paradeiro ou estado de saúde dos quatro detidos. O CLIPPVE classificou o caso como desaparecimento forçado e denunciou a prática de Sippenhaft — represálias coletivas contra familiares para espalhar medo na sociedade.
A oposição reagiu com indignação. O presidente eleito da Venezuela, Edmundo González Urrutia, chamou a prisão da mãe e da criança de “barbárie”. Já o partido Vente Venezuela, liderado por Corina Machado, responsabilizou diretamente Nicolás Maduro, o procurador-geral Tarek William Saab e Diosdado Cabello pelo destino da família.
O CLIPPVE exige a libertação imediata e incondicional dos quatro, além de informações urgentes sobre sua localização e permissão para acesso de parentes e advogados. A entidade lembra que o desaparecimento forçado de menores, adolescentes e idosos é considerado crime contra a humanidade, imprescritível e de responsabilidade direta do Estado.