A oposição na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) conseguiu avançar na instalação da CPI da Publicidade, que vai investigar contratos da gestão Raquel Lyra (PSDB). O comando dos trabalhos ficará com o deputado Diogo Moraes, recém-filiado ao PSDB.
A composição da comissão já foi definida: além de Diogo, fazem parte os deputados Dani Portela, Waldemar Borges, Antônio Coelho, Rodrigo Farias, João Paulo Lima, Nino de Enoque, Antônio Moraes e Wanderson Florêncio. A vice-presidência deve ficar com Antônio Coelho (União Brasil), enquanto a relatoria será de Waldemar Borges (MDB).
A movimentação política para garantir maioria à oposição foi intensa nas últimas horas. Deputados que até então estavam no PSB migraram para outras legendas, com aval da própria sigla, numa estratégia para evitar que a base governista tivesse força para barrar a CPI. Segundo interlocutores, o objetivo é desgastar o governo expondo o processo de investigação na imprensa.
A oposição afirma ter indícios de irregularidades nas contratações de publicidade institucional do Executivo. O tema já foi alvo de embates jurídicos: o TCE chegou a suspender contratos por medida cautelar, decisão posteriormente derrubada no TJPE, mas em seguida restabelecida pelo STF em caráter provisório.
O líder do PSB na Alepe, deputado Sileno Guedes, minimizou as mudanças partidárias. Para ele, o movimento faz parte da dinâmica política e tende a se intensificar com a proximidade das eleições de 2026.
“Respeitamos a decisão pessoal de cada deputado e reconhecemos o trabalho que desempenharam. Esse é um movimento natural, principalmente a um ano das eleições. O que importa é que todos continuam defendendo o mesmo campo político em Pernambuco. Quando a oposição agrega outros partidos, a posição que o PSB sustenta desde o início do governo se fortalece”, declarou.
Fonte: Nill Jr