A rotina em Porto de Galinhas, em Ipojuca, no Grande Recife, um dos locais mais visitados no Brasil, mudou completamente desde a quarta (30), quando uma menina de 6 anos morreu após ser baleada em uma operação da polícia. Em meio ao luto, o clima de insegurança tomou conta do balneário. O comércio fechou e houve incêndio de ônibus e bloqueio de ruas e estradas.
Com aproximadamente 10 mil turistas ocupando a rede hoteleira entre a noite de quinta (31) e a sexta (1º), o cenário foi marcado por vandalismo, barricadas e protestos.
Cerca de 250 policias civis e militares foram enviados para reforçar a segurança no balneário. A principal preocupação, segundo fontes ligadas à Polícia Civil, é atuação de um grupo criminoso que controla o tráfico de drogas na região.
Segundo a Polícia Militar (PM), a menina foi atingida durante um confronto entre o Batalhão de Operações Especiais (Bope) e dois suspeitos de tráfico de drogas, com troca de tiros na comunidade Salinas.
Moradores, no entanto, afirmam que os policiais chegaram atirando ao local. A Polícia Civil abriu um inquérito e investiga o que aconteceu.
Para o secretário de Defesa Social de Pernambuco, Humberto Freire, os traficantes estão se aproveitando da situação para inflamar a população contra o Batalhão de Operações Especiais (Bope), que participou da operação que culminou na morte da menina.
Humberto Freire afirmou que o combate ao tráfico em Ipojuca resultou da diminuição em 33% do índice de homicídios na cidade no ano passado.
