Um novo movimento espiritual vem ganhando força entre os jovens norte-americanos. De acordo com dados apresentados pela emissora Fox News nesta quarta-feira (15), as novas gerações estão protagonizando um “ressurgimento do cristianismo” nos Estados Unidos — voltando a frequentar igrejas, consumir conteúdo religioso e expressar publicamente a própria fé.
Durante o programa Fox & Friends, a cantora e influenciadora cristã Anne Wilson destacou que o país vive “um despertar autêntico entre os jovens, impulsionado por artistas e influenciadores da nossa geração”.
Os números reforçam essa tendência. Segundo a Circana BookScan, responsável por monitorar o mercado editorial norte-americano, as vendas de Bíblias cresceram 41,6% desde 2022. Já os downloads de aplicativos de religião e espiritualidade aumentaram 79,5% desde 2019, conforme dados da SensorTower. No mesmo período, o consumo de música cristã contemporânea no Spotify subiu 50%, segundo levantamento da Music Insights at Illuminate, empresa especializada em métricas digitais.
Pesquisas também confirmam a mudança de comportamento nas igrejas. Um estudo recente do Barna Group revelou que, pela primeira vez em décadas, Millennials e Geração Z se tornaram os grupos mais assíduos nas congregações, ultrapassando as gerações mais velhas — tradicionalmente as mais presentes. Jovens da geração Z, por exemplo, frequentam a igreja em média 1,9 fim de semana por mês, enquanto os millennials vão 1,8 vez, o que representa o maior avanço desde o período pré-pandemia.
Para Daniel Copeland, vice-presidente de pesquisa do Barna Group, o dado é surpreendente:
“É raro ver um aumento de frequência entre os mais jovens. Normalmente, os adultos mais velhos são os frequentadores mais leais. Esses números são boas notícias para os líderes religiosos e mostram que uma renovação espiritual está moldando a geração Z e os millennials.”
O CEO da instituição, David Kinnaman, ressalta que essa transformação exige um novo olhar das igrejas:
“O tecido da vida congregacional está mudando — mais vibrante, menos cinza. O interesse renovado precisa ser bem administrado.”
Segundo ele, o simples retorno às igrejas não garante uma fé mais profunda, mas representa uma oportunidade de reconexão genuína com os valores cristãos.
Depois de anos de queda na prática religiosa, os Estados Unidos parecem viver um momento de reaproximação com a fé, liderado justamente por quem muitos acreditavam estar se afastando dela.
