Seis trabalhadores foram resgatados em condições degradantes em uma granja na zona rural de Caruaru, Agreste de Pernambuco. Eles atuavam em atividades como abate de aves, carregamento de caminhões e fornecimento de frangos para feiras, mas viviam em situação análoga à escravidão, sem registro em carteira e expostos a riscos constantes.
Durante a fiscalização, foi constatado que os trabalhadores dormiam em colchões sujos apoiados sobre caixotes de transporte de galinhas, no mesmo galpão onde eram armazenados pneus, esterco e carrocerias de caminhões. O espaço não dispunha de banheiro, água potável ou qualquer estrutura mínima de higiene.
No local de trabalho, as condições também eram precárias: havia atividades em altura sem proteção, uso de equipamentos sem segurança e ausência de EPIs adequados. Um dos trabalhadores sofreu um acidente com uma barra de ferro que atingiu seu olho, sem que o caso fosse comunicado às autoridades, como exige a legislação.
A operação contou com a participação da Auditoria Fiscal do Trabalho, do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), do Ministério Público do Trabalho (MPT) e da Polícia Federal. Após o resgate, os contratos foram encerrados, e o empregador foi obrigado a pagar cerca de R\$ 291 mil em verbas rescisórias.
As vítimas foram cadastradas para receber o seguro-desemprego especial, e o MPT informou que, como a empresa se recusou a firmar um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), será movida uma ação civil pública. Os trabalhadores, vindos de diversas cidades do interior de Pernambuco, também serão acompanhados pelos serviços de assistência social.
Fonte: // cbn recife Imagem:// Globo
