O ex-delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Ruy Ferraz Fontes, 63 anos, foi morto a tiros na noite desta segunda-feira (15), em Praia Grande, no litoral paulista. Fontes, que atualmente atuava como secretário de Administração da prefeitura, foi alvo de disparos quando deixava o prédio do executivo municipal.

Conhecido como um dos principais inimigos do Primeiro Comando da Capital (PCC), Fontes se destacou no combate ao crime organizado em São Paulo, tendo comandado investigações contra líderes da facção, incluindo Marcola e familiares. Sua atuação firme lhe rendeu notoriedade, mas também sucessivas ameaças.

O ex-delegado já havia manifestado preocupação com sua segurança e a da família. Em dezembro de 2023, após sofrer um assalto na mesma cidade, declarou ao Estadão: “Eu combati esses caras durante tantos anos e agora os bandidos sabem onde moro. Minha família quer que eu saia de São Paulo.” Na ocasião, celulares, joias, cartões e a moto do casal foram levados, mas os criminosos foram presos e os bens recuperados.

A morte de Fontes ocorre após uma série de ataques sofridos por ele nos últimos anos:

• 2022: assalto na Avenida do Estado, em São Paulo. Ele escapou graças ao veículo blindado.

• 2020: emboscada no bairro do Ipiranga, também na capital. Houve troca de tiros e um suspeito morreu.

• 2012: abordado na Via Anchieta. Durante a ação, uma investigadora da Polícia Civil foi baleada no pescoço e precisou de 45 dias de internação.

A Polícia Civil informou que o caso está sendo investigado e que a área do crime foi isolada para perícia. As autoridades buscam identificar os autores e esclarecer as circunstâncias da execução.

Com mais de 40 anos de carreira, Ruy Ferraz Fontes deixou sua marca na história da segurança pública paulista, sendo lembrado como uma das figuras mais importantes no enfrentamento ao crime organizado.