Na semana passada, o Supremo Tribunal Federal (STF) condenou mais um grupo de réus envolvidos nos atos de 8 de janeiro. Entre eles está Davi Torres, de 47 anos, morador de Brasília, pai de seis filhos e portador de hanseníase.

Para sustentar a família, Davi vendia balas nos arredores do Quartel-General do Exército e vivia com a aposentadoria por invalidez. Após ser preso, passou dois meses na Penitenciária da Papuda, dividindo uma cela pequena com 13 detentos, mesmo com sua condição de saúde.

Ao ser libertado, foi obrigado a usar tornozeleira eletrônica, que provocava feridas e inchaço em suas pernas. A defesa pediu a retirada do equipamento ao ministro Alexandre de Moraes, mas o pedido foi negado. Como precisava se deslocar para realizar tratamento médico, ultrapassou os limites de locomoção impostos pela Justiça. Em julho, Moraes determinou seu novo encarceramento.

Apesar dos argumentos apresentados, o STF condenou Davi a um ano de prisão domiciliar, pelo crime de associação criminosa, além de aplicar multa de dez salários mínimos por incitação ao crime. Segundo a acusação, ele teria “estimulado os militares a tomar o poder do país”.

Fonte: Revista Oeste